Natal é uma das grandes celebrações do catolicismo, mas na
verdade, como a maioria das festas católicas, corresponde a comemorações
tradicionais que existiam desde sempre na maioria das culturas. Estas culturas
tinham uma profunda ligação com a natureza e seus ciclos e festejavam os
solstícios, equinócios, tempos de colheita, mudanças da lua, sabendo quanto
efeito tem sobre nós e a terra.
Atualmente vivemos desconectados dos ciclos naturais da vida
e as festas adquirem um caráter comercial, desprovidas de sabedoria que podem
nos preencher de sentido.
No inicio do cristianismo, a igreja buscando
sincretismo, aceitação, “transformou” tradições existentes em suas próprias
festas. O dia 25 de dezembro no calendário Juliano correspondia ao dia 21 no
calendário gregoriano. Quando se mudou para o calendário gregoriano se manteve
a data do calendário Juliano, ou seja, dia 25. Dia 21 de dezembro corresponde
no hemisfério norte ao dia mais curto do ano, quando o sol alcança o máximo
distanciamento e por isso começa o seu caminho de volta. Ou seja, a luz volta,
mesmo que não seja visível ainda e que se tenha pela frente um longo inverno.
Assim como o Cristo, cujo nascimento simboliza a volta da luz à terra.
No hemisfério sul temos o oposto, é o dia mais longo
do ano, o sol no seu ponto mais próximo, mais radiante.
Por isso se diz que no Brasil, no hemisfério sul, o verdadeiro natal é a festa de São João, pois corresponde ao retorno da luz, o solstício de inverno: o novo ciclo ainda invisível nascendo na profundidade e que irá se manifestar na primavera e no verão.
by Maria Soledad